6.4.10
Outros poemas antigos perdidos...
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14.10.09
Medo e ousadia - Paulo Freire e Ira Shor
"Ira: (...) Se o professor não pensar em termos de graduabilidade, pode cair na cilada imobilizadora de dizer que ou tudo é mudado de uma só vez, ou não vale a pena tentar mudar nada. (...)
Paulo: (...) Uma das características de uma posição séria, na educação libertária, é, para mim, o estímulo à crítica que ultrapassa os muros da escola. Isto é, em última análise, ao criticar as escolas tradicionais, o que devemos criticar é o sistema capitalista que modelou essas escolas. A educação não criou as bases econômicas da sociedade. Não obstante, sendo modelada pela economia, a educação pode transformar-se numa força que influencia a vida econômica. Em termos dos limites da educação libertadora, devemos compreender o próprio subsistema da educação. Isto é, como se constitui ou se constrói a educação sistemática no quadro geral do desenvolvimento capitalista? Precisamos entender a natureza sistemática da educação para atuar eficientemente dentro do espaço das escolas.
Sabemos que não é a educação que modela a sociedade mas, ao contrário, a sociedade é que modela a educação segundo os interesses dos que detêm o poder. Se é assim, não podemos esperar que a educação seja a alavanca da transformação destes últimos. Seria ingênuo demais pedir à classe dirigente no poder que pusesse em prática um tipo de educação que pode atuar contra ela. (...)”
Medo e ousadia, Paulo Freire e Ira Shor.10.10.09
A realidade, nossa tarefa imediata
A realidade pode nos tornar pessimistas
quando olhamos ao nosso redor,
mas basta olhar para os lados:
há aqueles que desejam vê-la pintada com as cores da liberdade
assim como nós queremos.
Tarefa imediata: não ter mais que um dia de pessimismo
e intensificar a luta.
24.6.08
O abraço é um começo
23.1.08
Solidariedade
Solidariedade é
e
e
de
e ao
O
transbordando de
13.8.07
Criminalização da pobreza e "limpeza urbana" no pós-Pan
Fiquei impressionado
O
Reportagem:
Rachel Almeida
A
-
A professora de
-
Os
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Procurado, o
- A
16.2.07
Nas nuvens
As nuvens baixaram na cidade
e o estranhamento acontece
e a gente se percebe melhor
vendo coisas que antes não buscava ver.
No breu a gente pode ver
o que tanta luz pode cegar.
Mas o coração aperta quando tudo é breu.
( - e tudo não pode ser breu)
Na ida pode parecer longe,
a chuva faz do mar asfalto duro duro!
que nem pedra pode agüentar.
Depois a gente já entende o que fazer
e senta pra ver o céu chegar aqui,
nas nossas mãos
5.1.07
Caso chova
que o tempo vira e é nosso.
Pode chover,
que a chuva também prevê o arco-íris.
...
30.10.06
Lentes de ver o mundo
novos olhos para ver o mundo.
Óculos para ver o mundo
e refazer a antiga nitidez.
Óculos para ver o mundo
e rever os sentidos perdidos
e crescer a visão.
12.9.06
De repente
um big bang só seu.
De repente uma soma de acasos,
um olhar diferente sobre o mundo.
A descoberta de um olhar único.
Um cruzamento de dois caminhos,
o ponto de encontro entre duas linhas até então distintas (e distantes).
A distinção entre quero e não quero,
vou não vou,
a paz, o amor,
o "Adeus angústia".
O desenlace da trama,
desembaraço da visão.
O começo do fim do drama,
o eterno começo que é a vida.
E o sorriso.
A re-significação daquilo que posso chamar de casa.
De repente uma nova vontade de lutar,
tentar fazer da vida aquilo que ela pode ser.
20.8.06
Cotidiano
Se bobear, o mundo engole e
quando vê
já foi.
É o turbilhão.
Quando vê,
os homens são números
estatística
mero detalhe no mundo,
reféns das altas rotações do ponteiro do relógio
e das calotas das rodas dos carros,
nas ruas que ele mesmo criou.
a tinta
eu escrevo a lápis,
que é pra escrever escrever escrever escrever
e ainda depois de tanto papel
ter o fel a chance de ser apagado
pela deleitável borracha
Cismou, porém, de escrever-te à caneta
o meu coração
A paixão, cega, crê
em tudo que diz a caneta
Já a razão (- confusão!)
quer ter mãos para, sem pensar,
palavras cortar
e o penar encerrar.
Quem sabe...
que possa ser
que algo que não pudera nunca ser
venha a ser,
sendo aquilo que
não parecia que seria
mas agora foi.
Então quem pode dizer
o que pode
e o que não pode ser,
se o que antes não poderia
hoje já é?
velho discurso
(-que pensar já é perder tempo.)
grite e a discussão dispense
(-porque eu tenho a verdade, não ouça o outro. Siga-me!)
use, não use. goste, não goste
assim é um pouco intransigente por demais
assim é muito estúpido
é o problema de ver tudo enquadrado
Um só
Meu tortuoso caminho sujeito algum
com maior conhecimento
é capaz de precisar
Essencialmente a mim há de afetar
A sensação dos tropeços em meu enveredar
Cada um sabe o peso do fardo que carrega
Os infortúnios suportar
tão somente cabe ao próprio ser
sobre o qual tal peso desabe
Onde e como andar dependem
do quanto este consegue agüentar
E os dias irão dizer
se recompensa maior verá
aquele que com sua aflição conviver
28.12.05
Tem de ser assim
que será frio o inverno
e
nem mesmo saber se há
depois daqui
céu e inferno,
o que dizer
então
sobre os dias que me esperam?
Cartomantes e afins,
previsões proliferam...
Mas se o futuro a elas pertence
só peço que não me tirem
todo o suspense,
pois prever tudo assim
é antecipar tanto que
até aproxima o fim
Sobre nós, meu bem
eu previ.
Tanto vigor e tantas coincidências
depois de
tanto penar e tantas reticências
pareciam mesmo
que ao final me deixaria assim,
a esmo
Agora me entrego ao meu violão,
fico a andar pela casa
e até espero
alguma hora
ouvir o telefone tocar,
que é pra buscar meu chão
e saber de vez
se essa ilusão vem ou some
ainda este mês
Navegar
Barco iniciante, sem noção do vento.
Vela ao alto
e sopra ele a qualquer direção.
Conhecer. Um viajante,
sem ter rumo
nem convicção alguma sobre o destino.
Com o tempo vêm as manhas
e um certo controle sobre veleidades.
A navegação traz experiências.
Escolher já é possível,
e como bom aventureiro
decido por inteiro
acreditar que há de vir algo bom das vontades.
Depois de tanto andar
fiz nada mais que comprovar
que graça está em viver assim
do acaso
fazendo dele mania,
arraso da monotonia
●
Depois pude descobrir
que abrir o viver assim
ao acaso
sem prazo
é erro,
enterro das chances de descanso do coração
Bem-vindo
menos deram certo as coisas.
Quanto mais corri atrás,
menos perto do que quis cheguei.
Sem saber indicar soluções
nem da vida ter tirado grandes conclusões,
hoje sei que foi quando corri sentado
depois de tanto em tudo ter trabalhado
é que pude sorrir.
E assim, nesse ir e vir,
foi tudo vindo.