14.10.09

Medo e ousadia - Paulo Freire e Ira Shor

"Ira: (...) Se o professor não pensar em termos de graduabilidade, pode cair na cilada imobilizadora de dizer que ou tudo é mudado de uma só vez, ou não vale a pena tentar mudar nada. (...)

Paulo: (...) Uma das características de uma posição séria, na educação libertária, é, para mim, o estímulo à crítica que ultrapassa os muros da escola. Isto é, em última análise, ao criticar as escolas tradicionais, o que devemos criticar é o sistema capitalista que modelou essas escolas. A educação não criou as bases econômicas da sociedade. Não obstante, sendo modelada pela economia, a educação pode transformar-se numa força que influencia a vida econômica. Em termos dos limites da educação libertadora, devemos compreender o próprio subsistema da educação. Isto é, como se constitui ou se constrói a educação sistemática no quadro geral do desenvolvimento capitalista? Precisamos entender a natureza sistemática da educação para atuar eficientemente dentro do espaço das escolas.

Sabemos que não é a educação que modela a sociedade mas, ao contrário, a sociedade é que modela a educação segundo os interesses dos que detêm o poder. Se é assim, não podemos esperar que a educação seja a alavanca da transformação destes últimos. Seria ingênuo demais pedir à classe dirigente no poder que pusesse em prática um tipo de educação que pode atuar contra ela. (...)”

Medo e ousadia, Paulo Freire e Ira Shor.

10.10.09

A realidade, nossa tarefa imediata


A realidade pode nos tornar pessimistas

quando olhamos ao nosso redor,
mas basta olhar para os lados:
há aqueles que desejam vê-la pintada com as cores da liberdade
assim como nós queremos.


Tarefa imediata: não ter mais que um dia de pessimismo
e intensificar a luta.